Poloneses falam em "maldição" após acidente de avião que matou presidente

Jacek Turczyk/10.abr.2010/Reuters

Desastre ocorre em local e em momento simbólico para o país

Policiais vigiam local onde avião com presidente polonês caiu na Rússia
Durante toda a semana, o encontro do primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, e do primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, no local onde foi realizado o massacre de Katyn dominou o noticiário político dos jornais poloneses.

A cerimônia da última quinta-feira (8) marcou uma histórica mudança no tratamento que a Rússia dava ao fato histórico, mas o presidente polonês, Lech Kazcynski, decidiu não comparecer ao evento conjunto e fazer outro, com oficiais do país, neste sábado (10).

Quando ia para Katyn, o avião em que embarcou o presidente polonês caiu na cidade de Smolensk, perto dali. O local voltou às manchetes dos jornais como símbolo de uma tragédia, na qual, ironicamente, a Polônia perdeu mais uma vez sua elite.

Dessa vez, não foi fruto de um massacre, mas de um acidente, que provocou a morte de do presidente e mais 88 autoridades.

No total, 97 pessoas morreram, segundo autoridades governamentais da Rússia. Inicialmente, o número divulgado foi de 96 vítimas.

De qualquer forma, Katyn volta a ter um significado macabro para os poloneses. As mensagens nos jornais Gazeta Wyborcza e Dziennik não deixam dúvida: Katyn “é um lugar maldito”.

O ex-presidente Aleksander Kwasniewski (1995-2005) afirmou isso sobre a região, de acordo com o jornal Gazeta Wyborcza.

Nas redes sociais, a mesma qualificação é dada para o lugar. A polonesa Katarzyna Pilipiuk, que mora em São Paulo, concorda:

– É claro que este lugar é muito importante na história da Polônia. Lá, os comunistas mataram a elite das tropas polonesas, cientistas, professores. A Polônia sempre lutou para que a Rússia admitisse que isso era um genocídio. Este ano foi a primeira vez que a Rússia participou das homenagens. As pessoas que estavam dentro do avião eram a nata da nata da política polonesa. Principalmente, acho que ocorreu uma perda significativa para a esquerda. Haviam duas mulheres do movimento feminista muito importantes lá. A mulher do presidente [Maria], por exemplo, era uma pessoa muito para a frente, ao contrário do marido. Ele era da direita, já ela era muito feminista, ligada aos ecologistas.

A professora Barbara Rzyski também expressou, em entrevista ao R7, a consternação que o acidente, sobretudo por ocorrer em uma viagem rumo a Katyn.

Entenda o massacre

Em abril de 1940, uma região de mata de Katyn, conhecida como Floresta da Morte, foi o local do massacre de cerca de 22 mil poloneses. A Polônia, então, dividida entre alemães e russos conforme o Pacto de Não Agressão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), deixou de existir.

Como forma de subjugar o país e minar a resistência, o ditador Josef Stalin ordenou a prisão da elite militar polonesa, além de professores universitários, intelectuais de destaque, médicos, jornalistas, padres, empresários eoutros.

Em março de 1940, Stalin assinou a ordem da chacina, ocorrida em abril daquele ano. No entanto, o crime foi revelado em 1943, com a descoberta das valas comuns. Os nazistas culparam os soviéticos pelo massacre. Já a União Soviética acusou os alemães.

Para ocultar melhor a autoria do crime, o massacre utilizou as primeiras técnicas de assassinato implementadas pelos nazistas, com um tiro na nuca e o enterro em valas comuns.

Alemães e soviéticos continuaram trocando acusações, mesmo com o fim da guerra e o restabelecimento da Polônia. O assunto foi o tema do filme Katyn, que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2008, obra de Andzrej Wajda.

O cineasta polonês retratou com beleza e precisão o mistério e a sombra pertubadora do massacre. Wajda tinha uma motivação pessoal para fazer o filme, já que seu pai foi assassinado no local.

A União Soviética teve períodos de perseguição e afrouxamento com aqueles que buscavam saber o que exatamente ocorreu na floresta, mas não reconhecia a autoria do crime.

Foi apenas em 1990, já caminhando para seu fim, que a União Soviética reconheceu a ordem de Stalin e a ocultação do massacre. E, na última quinta-feira (8) houve a presença pela primeira vez dos chefes de governo da Rússia e da Polônia em uma cerimônia conjunta.

Hoje, haveria uma cerimônia maior, apenas com os poloneses. Infelizmente, Katyn entra outra vez para a história da Polônia como um lugar de tragédia.

O VERDE DO VERDE !!!!!!!

Você sabia que a cor verde é tóxico e não-ecológico?

A cor verde é usada como um emblema da ecologia. Na verdade, existem muitos produtos e artigos que pretendem ser ambientalmente amigável usando a cor verde para destacar a sua responsabilidade ambiental. No entanto, um relatório feito pelo químico alemão Michael Braungart ao The New York Times explica que o plástico com pigmento verde ou ainda o papel impresso com tinta verde são fontes de poluentes.

Co-autor do livro sobre design sustentável Cradle to Cradle, Braungart explica que a cor verde é tão difícil de se obter que na maioria das vezes são usados substâncias altamente tóxicas para estabilizá-lo. Assim, os plásticos e os papéis com pigmento verde não podem ser reciclados de forma segura, pois podem contaminar tudo aquilo que estiver em contato.

Alice Rawsthorn, no blog ecologiablog, cita alguns exemplos. O pigmento verde 7, o tipo de verde mais usado, é um pigmento orgânico, mas contém cloro. O pigmento verde 36 é composto de átomos de cloro e bromo, enquanto o pigmento verde 50 tem cobalto, titânio, níquel e óxido de zinco.

Segundo o artigo, muitas paredes pintadas com tinta verde, muito populares nos séculos 18 e 19, continham arsênico. Aparentemente, uma das pinturas, o verde de Scheele, pintado na Suécia na década de 1770, é considerado por alguns historiadores a causa da morte de Napoleão Bonaparte em 1821, pois uma pintura com essa cor cobria sua cela úmida na ilha de Santa Helena.

Longe de ser amigável com o meio ambiente… Quem diria? São fatos realmente curiosos.